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IGP-M: Como Proteger-se das Oscilações

O Índice Geral de Preços – Mercado é uma das ferramentas mais importantes para monitorar a inflação e fazer ajustes econômicos, como o reajuste de aluguéis e contratos de longo prazo. 

A volatilidade do IGP-M pode impactar significativamente tanto consumidores quanto empresários. 

Por isso, entender o que mais afeta esse índice, como lidar com suas oscilações e prever suas tendências futuras pode ser crucial para o planejamento financeiro.

O que mais afeta o IGP-M?

O IGP-M é influenciado principalmente por três componentes: o Índice de Preços por Atacado (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). 

Cada um desses índices tem um peso diferente dentro do cálculo do IGP-M.

  • O IPA, que reflete os preços no atacado e tem o maior peso, é notoriamente impactado por variações no custo de commodities e produtos agrícolas, que podem ser bastante voláteis.
  • O IPC capta a variação de preços do ponto de vista dos consumidores, incluindo bens e serviços.
  • O INCC mede a variação nos custos de construção civil.

Alterações significativas em qualquer um desses componentes podem levar a uma maior volatilidade no IGP-M.

Quando o IGP-M é negativo, como reajustar o aluguel?

Quando o IGP-M é negativo, isso indica uma deflação, ou seja, uma queda nos preços médios. 

Neste cenário, proprietários de imóveis e inquilinos se encontram num impasse sobre o reajuste de aluguel. 

Embora a prática comum seja aumentar o valor com base na variação positiva do IGP-M, a queda do índice oferece uma oportunidade para negociações.

  • Para proprietários, considerar a possibilidade de não reajustar o aluguel pode ser uma estratégia para manter a competitividade e evitar a vacância do imóvel.
  • Para inquilinos, esta é uma chance de negociar um congelamento ou até uma redução no valor do aluguel.

A negociação, baseada na realidade econômica, torna-se crucial em períodos de IGP-M negativo.

Qual a tendência do IGP-M para 2024?

Prever a tendência do IGP-M é essencial para o planejamento financeiro. Para 2024, especialistas projetam um cenário que depende de uma série de fatores globais e locais, como políticas governamentais, o cenário internacional, especialmente em mercados que influenciam as commodities, e a política monetária do Banco Central. 

Embora seja desafiador prever com certeza, uma análise cuidadosa das políticas econômicas atuais e dos eventos globais pode indicar uma estabilização ou uma leve variação no IGP-M. 

Monitorar constantemente as notícias econômicas e entender como elas podem impactar o índice é fundamental para predizer sua trajetória.

Por que o IGP-M está negativo?

A negatividade no IGP-M, como observada em certos períodos, pode ser resultante de uma queda acentuada nos preços das commodities ou uma redução na demanda por bens e serviços. 

A desaceleração econômica, tanto na esfera nacional quanto global, também exerce grande influência, principalmente se acompanhada por políticas deflacionárias ou por uma recessão internacional. 

A diminuição da inflação ou mesmo a deflação pode ser benéfica para o consumidor em termos de poder de compra, mas representa um desafio para a economia em geral, potencialmente sinalizando uma baixa atividade econômica.

IGP-M é o melhor índice?

Existe um debate sobre se o IGP-M é realmente o índice mais adequado para reajustar contratos de locação. Durante a pandemia, devido ao aumento de 37% em 2021, muitos proprietários e inquilinos optaram por negociar e substituir o IGP-M pelo IPCA.

Alberto Ajzental, em entrevista para a InfoMoney, critica o uso do IGP-M. Segundo ele, “o mais apropriado seria utilizar o IPCA, não o IGP-M. Isso porque o IGP-M não reflete a inflação de forma precisa”. Ele explica que “o IPCA calcula uma cesta de produtos que as famílias consomem, enquanto o IGP-M é composto, em 60%, por preços de atacado, com uma grande parte de sua variação atrelada a commodities e ao dólar”.

Ajzental aponta que o uso do IGP-M é uma prática herdada dos tempos de hiperinflação. “A partir das décadas de 60 e 70, o Brasil vivia sob hiperinflação, e a moeda nacional era vista com desconfiança. Por isso, o mercado imobiliário adotou o IGP-M, tanto na construção quanto na venda e no aluguel”.

Ele também destaca que o IPCA é um índice muito menos volátil. “Nos últimos anos, o IPCA não ultrapassou 12% ou 13%, enquanto o IGP-M chegou a 37%. Não faz sentido aumentar um aluguel em 37% apenas porque o preço do aço subiu quatro vezes. Mesmo que isso esteja previsto no contrato, é uma situação completamente atípica”.

Dicas para se Preparar e Aproveitar as Variações

Conhecer profundamente o funcionamento do IGP-M e suas implicações na economia cotidiana é o primeiro passo para se proteger de suas oscilações.

  • Para indivíduos: Bloquear tarifas e preços quando o índice está baixo pode ser uma medida estratégica.
  • Para empresários: Vincular o reajuste de contratos com fornecedores ao IGP-M quando houver previsão de baixa pode trazer benefícios.

Ademais, considerar investimentos imobiliários cujos aluguéis ou reajustes sejam menos dependentes do IGP-M ou diversificar investimentos para reduzir riscos associados às flutuações do índice são abordagens prudentes.

Atente-se às oscilações do mercado

Analisar e adaptar-se às variações do IGP-M requer uma compreensão abrangente do índice e das forças econômicas que o influenciam. 

Preparar-se para as oscilações através de estratégias financeiras e de negociação pode não apenas proteger, mas também proporcionar oportunidades únicas de economia e investimento, adequadas ao panorama econômico atual. 

Fique atento às tendências e adaptativo às mudanças, e assim, poderá navegar pelas águas, às vezes turbulentas, do mercado com maior segurança e eficácia.

Conclusão

O IGP-M é um índice que impacta diretamente o reajuste de aluguéis e contratos de longo prazo, e sua volatilidade pode afetar tanto quem paga quanto quem recebe. 

Ao longo do texto, exploramos como o IGP-M é influenciado por componentes como o Índice de Preços por Atacado (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Essas variações, por vezes imprevisíveis, exigem uma atenção especial no planejamento financeiro.

Discutimos também o que fazer quando o IGP-M está negativo, uma situação que pode ser delicada para proprietários e inquilinos, mas que oferece espaço para negociações e ajustes justos. 

Além disso, abordamos a tendência do IGP-M para 2024 e os fatores que podem influenciar seu comportamento, como políticas governamentais e o cenário econômico global.

Também questionamos se o IGP-M é realmente o melhor índice para reajustes, com especialistas sugerindo que o IPCA pode ser uma alternativa mais estável em alguns casos. 

Por fim, oferecemos dicas práticas para se proteger das oscilações do IGP-M, como bloquear tarifas em momentos oportunos e diversificar investimentos.

Com as estratégias certas, é possível navegar pelo mercado de forma mais tranquila, mesmo em tempos de incerteza. 

Se você gostou deste artigo, envie para seus amigos e familiares, caso tenha alguma outra dúvida, procure em nosso blog ou entre em contato conosco.

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