IGP-M: Boas Práticas para Investidores

Um dos índices mais influentes na economia brasileira, principalmente para investidores, é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

Mas, afinal de contas, como ele afeta os investimentos?

Examinar o funcionamento do IGP-M e compreender suas implicações pode ajudar investidores a tomar decisões mais informadas e estratégicas que se alinham com seus objetivos financeiros de longo prazo.

O que significa IGP-M e qual a sua finalidade?

IGP-M significa Índice Geral de Preços – Mercado, ele mede a variação de preços em diversos setores da economia brasileira, incluindo matérias-primas, produtos industriais e bens de consumo. 

A principal finalidade do IGP-M é servir como um indicador de inflação, sendo amplamente utilizado para reajustar contratos de aluguel, tarifas públicas, e outros acordos financeiros de longo prazo. 

Ele reflete a inflação de forma abrangente e é uma ferramenta essencial para manter o valor real dos contratos ao longo do tempo.

Como o IGP-M afeta os investimentos?

O IGP-M afeta os investimentos de diversas maneiras, especialmente em áreas como imóveis e renda fixa. 

Como o IGP-M é um dos principais indicadores de inflação no Brasil, ele é utilizado para corrigir contratos de aluguel, títulos do governo e outras aplicações financeiras. 

Um aumento no IGP-M pode sinalizar uma inflação maior, o que pode impactar negativamente a rentabilidade real de certos investimentos, como poupança e títulos prefixados. 

Por outro lado, investimentos indexados ao IGP-M, como títulos públicos atrelados à inflação, tendem a oferecer proteção contra a perda de poder de compra.

Como o IGP-M é calculado?

Ele é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e tem grande relevância por refletir não apenas o custo de vida, mas também outros aspectos econômicos como inflação, custos de produção, entre outros.

Ele é composto por três subíndices principais, que capturam diferentes aspectos da inflação:

  1. IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): Representa 60% do IGP-M. O IPA mede a variação dos preços no atacado, ou seja, dos produtos antes de chegarem ao consumidor final. Isso inclui matérias-primas, produtos agrícolas e industriais.
  2. IPC (Índice de Preços ao Consumidor): Corresponde a 30% do IGP-M. O IPC mede a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias, como alimentos, transporte, saúde, habitação, entre outros. Esse subíndice reflete diretamente o impacto da inflação no dia a dia dos consumidores.
  3. INCC (Índice Nacional de Custo da Construção): Responde por 10% do IGP-M. O INCC mede a variação dos custos da construção civil, incluindo materiais, mão de obra e serviços. Esse índice é particularmente relevante para o setor imobiliário e contratos de construção.

Esses três sub índices são ponderados e somados para formar o IGP-M. A coleta dos dados ocorre em períodos específicos: do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência. 

Após a coleta, a FGV realiza os cálculos para determinar a variação percentual do IGP-M, que é então divulgado mensalmente. 

O resultado reflete a inflação em uma ampla gama de setores da economia, tornando o IGP-M um dos indicadores mais abrangentes e utilizados no Brasil para ajustes contratuais e decisões econômicas.

Portanto, qualquer variação nesse índice pode influenciar diretamente investimentos que estejam atrelados a ele.

Por exemplo, investimentos em fundos imobiliários (FIIs) frequentemente usam o IGP-M para correção dos aluguéis dos imóveis que compõem o fundo.

Outro exemplo são os títulos atrelados à inflação, que também podem ser ajustados pelo IGP-M.

Essa correção impacta os rendimentos: se o índice sobe, os aluguéis e os pagamentos de títulos são ajustados para cima, o que pode significar um rendimento maior para o investidor.

Como o IGP-M afeta um Contrato de Aluguel?

Imagine que você tenha um contrato de aluguel de um apartamento, onde o valor mensal pago pelo inquilino é de R$2.000,00. O contrato estipula que o reajuste anual do aluguel será feito com base no IGP-M acumulado dos últimos 12 meses.

IGP-M Acumulado: Vamos supor que o IGP-M acumulado dos últimos 12 meses seja de 7%.

Cálculo do Reajuste: Para calcular o novo valor do aluguel, você deve aplicar o percentual do IGP-M acumulado ao valor atual do aluguel. O cálculo é feito da seguinte forma:

Novo Aluguel=Aluguel Atual×(1+IGP-M Acumulado/100)

Substituindo os valores:

Novo Aluguel = R$2.000,00×(1+7/100)

Novo Aluguel = R$2.000,00×1,07

Novo Aluguel = R$2.140,00

Com o reajuste baseado no IGP-M acumulado de 7%, o novo valor do aluguel será de R$2.140,00.

Esse reajuste é aplicado para garantir que o valor do aluguel acompanhe a inflação, protegendo o poder de compra 1)do proprietário e ajustando o custo para o inquilino conforme a economia. 

Quem utiliza o IGP-M?

Diversos agentes econômicos fazem uso do IGP-M.

Além dos já mencionados investidores em fundos imobiliários e títulos indexados à inflação, incorporadoras e construtoras o utilizam para reajustar os preços dos imóveis durante a fase de obras.

O setor de varejo e o agronegócio também podem utilizar o IGP-M para ajustes de preços em contratos de longo prazo.

Portanto, seu impacto é vasto e perpassa muitas áreas da economia brasileira.

Qual o valor do IGP-M acumulado para 2024?

O valor do IGP-M acumulado para 2024 ainda não está definido, pois o índice é calculado mensalmente pela FGV e pode variar ao longo do ano. 

Para saber o valor acumulado até o momento, é necessário acompanhar as publicações mensais da FGV. Esse valor acumulado é fundamental para contratos que dependem do IGP-M para reajustes, como aluguéis e financiamentos.

Projeções para o IGP-M em 2024

É importante notar que prever valores exatos para índices como o IGP-M é complexo devido à variedade de fatores que podem influenciar a economia.

Em 2024, variáveis como políticas governamentais, cenário internacional, movimentos de mercado, entre outros, podem afetar o índice.

Por isso, investidores devem sempre buscar as últimas projeções e análises de especialistas econômicos e instituições de confiança para entender melhor as tendências esperadas.

IGP-M x IPCA: Qual escolher?

Tanto o IGP-M quanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) são usados para medir a inflação, mas há diferenças significativas entre eles.

O IPCA, calculado pelo IBGE, é mais focado nos preços ao consumidor e é o índice oficial de inflação do país.

Por sua vez, o IGP-M inclui, além dos preços ao consumidor, preços atacados e da construção civil.

A escolha entre usar IGP-M ou IPCA em contratos e investimentos depende do que se deseja corrigir: para aluguéis de imóveis e contratos de longa duração, o IGP-M pode ser mais apropriado dado que ele reflete uma variedade maior de custos.

Para produtos de consumo e salários, o IPCA pode ser mais relevante.

Principais Pontos e Estratégias para Investidores

Como visto, o IGP-M é um índice de grande relevância que pode impactar diversos aspectos dos investimentos.

Investidores prudentes devem sempre monitorar as variações do IGP-M, bem como suas projeções futuras, para ajustarem suas estratégias de investimento de forma adequada.

Entender os diferentes fatores que influenciam tanto o IGP-M quanto o IPCA e saber quando cada um é mais aplicável pode auxiliar não apenas na proteção do capital, mas também na maximização dos retornos.

Como em qualquer aspecto de investimentos financeiros, a informação e a educação são chaves para o sucesso.

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